Dando prosseguimento à programação do primeiro dia de IX SEMAAT, Rodrigo Sartori Fantinel, Secretário da Fazenda do Município de Porto Alegre/RS e Presidente da Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais (ABRASF), falou sobre gestão eficaz e começou afirmando: “Quem não questiona, não melhora. Se não questionarmos a forma como as coisas são feitas, não vamos melhorar”, citando alguns expoentes de liderança mundial, referências em suas áreas. Lembrou Steve Jobs, para quem a inovação distingue um líder de um seguidor; e Einstein, para quem insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes. “Quando Ricardo Gomes e o prefeito Melo me convidaram para ser secretário da Fazenda, eu disse para eles, ok, mas eu vou mexer. Por quê? Porque se a gente continuasse fazendo a mesma coisa, o resultado ia ser o mesmo.” Para completar, Fantinel citou Walt Disney: “eu gosto do impossível, porque lá a concorrência é menor”. “Esses três caras viveram em momentos diferentes, mas nos dizem um pouco do que a gente faz hoje na Secretaria da Fazenda de Porto Alegre, que é trabalhar de uma forma diferente”, afirmou.
Para o secretário, a Fazenda existe para auxiliar o processo de desenvolvimento do município. É isso que a população quer, é isso que o município precisa. A arrecadação será consequência desse desenvolvimento. “Se o município estiver se desenvolvendo, nós vamos arrecadar. Então, o que nós precisamos fazer? Nós precisamos desenvolver o município. E é isso que nós fizemos.” No primeiro ano de governo, o planejamento estratégico era transformar Porto Alegre na capital da inovação em gestão em finanças públicas. “Primeiro, a gente não quer discussão, a gente quer solução. Vamos começar a construir soluções em vez de ficar discutindo. E a gente não quer atuação, a gente quer regularização. E esse foi o slogan que inspirou o compliance. Em vez de ficar autuando, a gente quer que as empresas se regularizem, e para as empresas se regularizarem, precisamos dar incentivos.”
Fantinel seguiu narrando o que ocorreu em Porto Alegre. “Em 2023,
chegou um determinado ponto lá do ano que eu chamei o Prefeito e o Vice-Prefeito e disse para eles o seguinte, a gente vai acabar o ano com um monte de dinheiro. E a sociedade tem fila na saúde, por exemplo. Então, vamos fazer um plano de aceleração de investimentos. Trata-se de uma concepção muito diferente, de sempre deixar o judiciário decidir. Aí, você gera uma expectativa de receita para a prefeitura e fica contabilizada lá como um ativo que você não vai receber. Tu geras um passivo gigantesco para a empresa, que tem que contratar advogado, que vai ter um passivo gigantesco. É só problema. Aqui trabalhamos de uma outra forma. Se fez um monte de coisa e se conseguiu tirar muita coisa do papel, em função do equilíbrio fiscal desses três últimos anos.”
Em relação a uma gestão eficaz, para Rodrigo Fantinel, se a cultura da empresa está realmente enraizada nas pessoas, se cada um sabe o que tem que fazer, não há necessidade de se preocupar com o resto. “Quais são as duas palavras-chave que a gente usa hoje dentro da Secretaria da Fazenda? Inovação e resultado. Se as pessoas comprarem essas duas palavras, inovação e resultado, está ótimo”, finalizou.