O secretário municipal da Fazenda de Porto Alegre, Leonardo Busatto, fez referência ao longo tempo em que não há a revisão da planta genérica de valores da capital gaúcha.
– Quem tem imóveis mais caros pode pagar mais pelo IPTU e quem tem imóvel de menor valor, deve pagar menos. Porém, este é um processo que precisa ser construído com a participação de toda a sociedade – ressaltou Leonardo Busatto.
No primeiro painel do seminário “IPTU de Porto Alegre: cenário atual e perspectivas”, a exatora e assessora da Divisão da Receita Imobiliária da Secretaria da Fazenda da capital gaúcha, Claudia De Cesare, lembrou que o IPTU nunca é um tributo de fácil discussão com todas as esferas da sociedade.
– Em 1997 o IPTU respondia por 29,91% da receita tributária do município e, em 2017, caiu para 19,95%, em função da sua defasagem. Neste período ocorreram transformações urbanas relevantes no município e, tudo isso, gerou um grande impacto na estrutura de preços dos imóveis – lembrou.
O auditor-fiscal e coordenador da Planta Genérica de Valores da Secretaria da Fazenda da Capital, Lauro Marino Wollmann, destacou que a Planta Genérica de Valores deve refletir o valor de mercado do imóvel. Salientou a importância da utilização do aerolevantamento realizado entre 2010 e 2015 no trabalho de reavaliação do IPTU da cidade. Na sua opinião, alguns imóveis poderão ter até mesmo redução do valor do imposto, a partir dos ajustes que serão feitos na Planta Genérica de Valores.
Curitiba como exemplo
Para apresentarem o painel “Implantação da nova Planta de Valores de Curitiba”, a AIAMU trouxe como convidados do seminário a procuradora da Capital paranaense, Cintia Estefania Fernandes e o assessor de Tributos Imobiliários da Secretaria de Finanças curitibana, Rubens Valério Franco Soffiatti. Cintina Fernandes destacou que correram audiências públicas com diversos setores da sociedade e todas as partes envolvidas entenderam que a cidade merecia a valorização do tributo.
– O detalhe importante foi a ausência de judicialização, ou seja, não houve contrapontos judiciais ao processo de elevação do valor do tributo. A omissão de áreas construídas gera perda de receitas para o município – disse.
Na última palestra do evento, Rubens Valério Soffiatti, afirmou que a maioria da população não deseja a elevação de tributos, sejam eles de qualquer natureza. Isso é um fator que sempre pesa no momento dos entes políticos trabalharem a questão da correta reavaliação dos tributos.
– Em Curitiba nós explicamos que existia a necessidade de revisão da Planta Genérica de Valores, que não passava por atualização havia 11 anos. Isso representava uma perda de R$ 2 bilhões em arrecadação para o município – afirmou.
O auditório da AIAMU recebeu um grande público para prestigiar o seminário, composto, em sua maioria, por secretários municipais da Fazenda, vereadores, auditores-fiscais e representantes comunitários interessados em ampliar os conhecimentos sobre o tema proposto.
Fonte: PlayPress Assessoria e Conteúdo